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Xangô

17/03/2012 10:02

Xangô

  

 

Xangô foi o grande Obá (rei) da cidade de Oyó, representando, na linha de sucessão, seu quarto alafin (segundo fontes fidedignas). Ele fez sua passagem pela Terra por volta de 1450 a. C., filho de Oranian e Torossi.

Governou com mãos de ferro, sendo, ao mesmo tempo, temido e adorado pelo povo. Muitas vezes comportou-se como tirano, na sua ânsia pelo poder. Alguns relatos afirmam que Xangô destronou seu próprio irmão, Ajaká, para tomar o seu lugar.

É o orixá das pedreiras, das terras áridas e das rochas. Seu elemento é o fogo, dominando também o raio e o trovão. O metal a que pertence é o cobre.

Possui, como símbolo da natureza, a pedra de raio, que se cria quando um raio cai na terra. Sua ferramenta principal é o Oxé, ou machado duplo, simbolizando a imparcialidade na hora da justiça.

Xangô detém um profundo conhecimento e ligação com as árvores, de onde provêm muitos de seus objetos de culto, como a gamela e o pilão.

É muito violento, mas nunca gratuitamente. Quando provocado, castiga seus inimigos sem piedade, sendo implacável nas guerras de conquista, atividade que exerce com maestria. Se for necessário, Xangô usa seus poderes de feitiçaria para destruir o inimigo.

Como grande amante da justiça, é imparcial em suas ações, usando toda sua autoridade para resolver as mais difíceis questões, tarefa que ninguém gosta de fazer. Sempre podemos recorrer a ele quando nos defrontarmos com questões litigiosas ou problemas jurídicos.

Segundo a mitologia africana, um traço marcante desse orixá é o fato de se fazer notar, sendo muito atraente e vaidoso. Ele teve várias uniões com outros orixás, como Oxun, Obá e Oyá, que era sua prima e esposa predileta. Xangô e Oyá são inseparáveis, sendo cultuados conjuntamente. Não se faz oferendas para um sem que se faça para o outro também.

Engana-se quem diz que Xangô tenha medo da morte, pelo fato de abandonar a cabeça (ou ori) de seus filhos de santo, pelo menos uns seis meses antes da morte destes. Xangô é poderoso e não tem medo de nada.

O que ele não suporta é o frio que emana de um corpo sem vida. Xangô possui a energia do fogo, que irradia calor e possibilita a existência da vida. A morte e o frio são contrários à sua essência.

Nos meses de junho, mantém-se uma tradição festiva, que são as famosas fogueiras de Xangô, feitas em sua homenagem.

Xangô é um orixá que teve vontade de experimentar a criação divina, ou seja, ele quis nascer e viver aqui na Terra. Como foi dito no início, existiu um rei, na cidade de Oyó, que era muito poderoso, sendo identificado como a energia Xangô.

 

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